Sincretismo
O
Sincretismo religioso é um fenômeno existente no contexto social
pós-moderniade, onde o relativismo e o individualismo induzem às mudanças
rápidas dos valores tradicionais e absolutos baseados na Palavra de Deus e na
ética cristã, por uma nova ordem de valores sincretizados e secularizados.
Vejamos alguns pontos importantes sobre o sincretismo religioso que atingem às
igrejas neste contexto, a saber:
a) Definição do Sincretismo
Segundo o dicionário de Aurélio, a palavra sincretismo vem do gr. synkretismós
que significa: "1. tendência à unificação de ideias ou de doutrinas
diversificadas e, por vezes, até mesmo inconciliáveis; 2. Amálgama de doutrinas
ou concepções heterogêneas; 3. Ou, também, a fusão de elementos culturais
diferentes, ou até antagônicos, em um só conjunto, continuando perceptíveis de
alguns sinais originários".
b) A apostasia das igrejas sincretizadas.
Na pluralidade do sincretismo religioso, as igrejas sincretizadas passam a ser
um “supermercado” de opções e satisfações do religioso mais exigente,
individualista, indiferente e descompromissado com a igreja de sua origem
geradora de sua fé. Tais igrejas passam a ser inchadas em quantidade pelo
fermento velho da malícia e da hipocrisia, sem qualidade e sem compromisso com
a Verdade Bíblica. Vejam o cuidado do apóstolo Paulo neste sentido,
repreendendo e exortando a igreja em Corinto contra a impureza, a fim de que os
valores éticos cristãos não se corrompessem: "1 Geralmente, se ouve que há
entre vós fornicação e fornicação tal, qual nem ainda entre os gentios, como é
haver quem abuse da mulher de seu pai. 2Estais inchados e nem ao menos vos
entristecestes, por não ter sido dentre vós tirado quem cometeu tal ação. 3Eu,
na verdade, ainda que ausente no corpo, mas presente no espírito, já determinei,
como se estivesse presente, que o que tal ato praticou, 4em nome de nosso
Senhor Jesus Cristo, juntos vós e o meu espírito, pelo poder de nosso Senhor
Jesus Cristo, 5seja entregue a Satanás para destruição da carne, para que o
espírito seja salvo no Dia do Senhor Jesus. 6Não é boa a vossa jactância. Não
sabeis que um pouco de fermento faz levedar toda a massa? 7Alimpai-vos, pois,
do fermento velho, para que sejais uma nova massa, assim como estais sem
fermento. Porque Cristo, nossa páscoa, foi sacrificado por nós. 8Pelo que
façamos festa, não com o fermento velho, nem com o fermento da maldade e da
malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade. Já por carta vos tenho
escrito, que não vos associeis com os que se prostituem. (..) Mas Deus julga os
que estão de fora. Tirai, pois, dentro de vós a esse iníquo. (1ª Cor 5.1-9,
13). Portanto, é o "fermento velho da malícia e da hipocrisia" que
corrompe toda massa religiosa das igrejas, o qual deve ser expurgado.
c) O crente passa a ser um nômade religioso.
O crente religioso passa a ser um nômade, de igreja em igreja, de festividade
religiosa em festividade religiosa, de show evangélico em show evangélico.
Passa ser um religioso da festiva adaptando-se cada vez mais ao mundo das
opções religiosas, que sufoca as convicções doutrinárias da sua fé, em
substituição cínica de novos padrões, valores flexíveis, sem ética, moral,
espiritualidade e tradição. Torna-se maleável, volúvel, eclético,
circunstancial, sem fé na verdade, sem convicção e firmeza. Esquecendo-se que a
Palavra de Deus é imutável, insubstituível, absoluta e não relativa sujeita às
mudanças como se fosse oriunda do pensamento humano. Ela é, absolutamente,
imutável, como disse Jesus: "o céu e a terra passarão, mas as minhas
palavras não hão de passar". (Mt 24.35).
d) O crente passa ser um consumidor religioso, egoísta.
As satisfações destes tais são mais sociais e materiais. Procuram as Igrejas
para resolver egoisticamente, hedonisticamente, convenientemente, os seus
problemas materiais, sociais, econômicos e até políticos. É como Jesus disse:
"(...) Na verdade, na verdade vos digo que me buscais, não pelos sinais
que vistes, mas porque comestes do pão e vos saciastes. Trabalhai, não pela
comida que perece, mas pela comida que permanece para a vida eterna, a qual o
Filho do homem vos dará (...). (Jo 6.26-27). Assim caminhando na base desses
interesses secularizados, sufocam, pisam, desprezam os valores eternos,
espirituais e morais exarados na Palavra de Deus. Leiam: Mt.13:20-22. Então,
enveredam no caminho fácil do sincretismo religioso, perdendo a convicção da
sua fé e da sã doutrina, que passa ser coisa superada do passado e já não serve
mais para a era moderna do presente.
e) A vida cristã passa ser eclética e secularizada.
A vida cristã desses tais passa ser sintonizada mais com o mundo (kosmos)
secularizado do que com a Igreja de Cristo Jesus. Deste modo acontece um
antagonismo pernicioso entre a igreja e, o reino de Deus, que “...Não é comida
nem bebida, mas, justiça, paz e alegria no Espírito Santo” (Rm.14:17). Como
sabemos a palavra igreja, do grego "ekklesia", quer dizer: "os
que foram tirados para fora" do mundo (kosmos), portanto, não pertencem
mais ao sistema maligno gerido por Satanás, nem deve se amoldar aos valores
mundanos corrompidos. Pela Palavra de Deus entendemos que Satanás é o príncipe
regente desse mundo (kosmos), como disse Jesus a seus discípulos: "(...)
Já não falarei muito convosco; porque se aproxima o príncipe deste mundo,
(kosmos), e nada tem em mim". (Jo 14.30). "(...) Se vós fosseis do
mundo (kosmos), o mundo amaria o que era seu, mas, porque não sois do mundo
(kosmos), antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos
aborrece". (Jo 15.19). Disse, também, o apóstolo João: (...) Não ameis o
mundo, nem o que no mundo há. Se alguém ama o mundo, o amor do Pai não está
nele. Porque tudo o que há no mundo, (kosmos), a concupiscência da carne, a concupiscência
dos olhos e a soberba da vida, não é do Pai, mas do mundo. E mundo passa, e sua
concupiscência; mas aquele que faz a vontade de Deus permanece para
sempre". (1ª Jo 2.15-17). Portanto, não podemos compartilhar com o sistema
mundano organizado e sincretizado por Satanás, em detrimento ao Reino de Deus!
f) O crente, indiferente, morno, que não é nem frio nem quente . (Ap 3.15-16).
Em Cristo Jesus, não se pode ter um coração dividido entre dois pensamentos e
dois caminhos, indefinido, indiferente, caracterizando ter uma mornidão
espiritual e religiosa, como diz a Palavra de Deus, assim: “EU SEI AS TUAS
OBRAS, QUE NEM ÉS FRIO NEM QUENTE: OXALÁ FORES FRIO OU QUENTE! “ASSIM, PORQUE
ÉS MORNO, E NÃO ÉS FRIO NEM QUENTE, VOMITAR-TE-EI DA MINHA BOCA” Ap.3:15-16.
“NÃO PODEIS SERVIR A DEUS E MAMOM” (Mt. 6:24). Tem que haver uma posição
coerente e bem definida com respeito a Cristo, à Sua Palavra e à Sua Igreja.
Esta opção é feita, evidentemente, pelo amor a Cristo, à Sua Palavra e à Sua
Igreja. Jesus elogia o crente fiel com estas palavras: "(...) Bem está,
servo bom e fiel. Sobre o pouco fostes fiel, sobre o muito te colocarei; entra
no gozo do teu Senhor" ( Mt 25.21, 23).
g) Jesus expulsou o vendilhões do templo por venderem produtos religiosos. (Mc
15.11-18)
Zeloso e indignado contra a profanação do templo em Jerusalém, Jesus expulsou
os vendilhões que vendiam e compravam, fazendo da "Casa do Senhor",
uma casa de negócio, invertendo a ordem dos valores religiosos por interesses,
meramente, mercantilistas, como está escrito assim: "(...) Não permitia
que ninguém atravessasse o templo, levando qualquer objeto, e ensinava dizendo:
Não está escrito que a minha casa será chamado casa de oração para todos as
nações? mas, vós tendes feito um covil de salteadores". (Is 56.7; Mc
11.17). Desta maneira Jesus impugnou a profanação do templo, reinvidicando a
santidade e a ordem estabelecida.
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